Isso é Cinema

Maria (Fernanda Carvalho) é uma jovem de 12 anos, que mora no interior do nordeste brasileiro. No verão de 2002 ela é vendida por sua família a um recrutador de prostitutas. Após ser comprada em um leilão de meninas virgens, Maria é enviada a um prostíbulo localizado perto de um garimpo, na floresta amazônica. Após meses sofrendo abusos, ela consegue fugir e passa a cruzar o Brasil através de viagens de caminhão. Mas ao chegar no Rio de Janeiro a prostituição volta a cruzar seu caminho.

Anjos do Sol

Já vi alguns filmes que abordam a prostituição e a exploração sexual infantil. No entanto nenhum havia me chamado tanto a atenção quanto esse. Um filme forte, uma ficção com um " tempero " de realidade. O retrato de uma dura realidade num país de tantas riquezas e belezas, mas mergulhado na pobreza da miséria, da violência, da corrupção e da prostituição. Anjos do Sol nos leva a uma reflexão: a importância do papel da escola enquanto instituição no desenvolvimento de um trabalho não só educacional. Quantas famílias brasileiras não já viveram a realidade da família da menina Maria! Pais que pela sua ignorância praticamente exploram e obrigam seus filhos a trabalharem em busca do apoio à subsistência famíliar. E, desconhecem a realidade na qual contribuem para mergulharem seus filhos num mundo doloroso, decepcionante, triste, que marca seus corpos e suas mentes, comprometendo um futuro que poderia ter sido próspero caso a educação houvesse sido a prioridade. A escola precisa trazer a família para a formação e o fortalecimento da chamada comunidade escolar. A educação dos jovens e adolescentes dependem do comprometimento da escola também com a família. E, para isso precisamos encontrar os meios de atraí-la para o nosso convívio, para que a família tenha também uma participação ativa na formação pessoal, profissional, de jovens cidadãos que se tornem críticos e participativos, transformadores dessa sociedade que se moderniza e se corrompe, se deteriora como consequência da modernização e dos avanços.